PiraporinhaFilmes

28 de julho de 2010

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

O MUNDO IMAGINÁRIO DO DR. PARNASSUS (The Imaginarium of Doctor Parnassus, França, Canadá e Reino Unido, 2009) ****

Dirigido por Terry Gilliam. Com: Heath Leager, Christopher Plummer, Lily Cole, Verne Troyer, Tom Waits, Andrew Garfield, Johnny Depp, Jude Law, Colin Farrell.
Nas escuras ruas de Londres, um grupo de teatro itinerante, a bordo de um palco que se transforma num meio de transporte, tenta ganhar a vida em apresentações de diálogos pomposos e na introdução de seu mentor, o Dr. Parnassus (Plummer). Ganham-se algumas moedas, que são insuficientes para as necessidades básicas. Contudo, os acontecimentos a seguir, coincidentes ou não, mudarão drasticamente o rumo dessas pessoas.
Na trupe, além do personagem que dá nome ao filme, tem-se Valentina (Cole), a jovem neta de Parnassus, que deseja sair daquela vida para viver num apartamento típico de revista de decoração, Anton (Garfield), um ex-menino de rua apaixonado pela garota, e Percy (Troyer), um anão com bons conselhos a dar. Completa o grupo, posteriormente, Tony (Ledger, originalmente), um sujeito sem memória, que foi encontrado em vias de se matar, mas salvo e pelos artistas. Esperto e carismático, ele atrai a instantânea atenção de Valentina e o profundo desprezo de Anton.

A história começa mesmo é no passado, quando Parnassus fez um pacto com o diabo, de nome Nick (Waits), buscando a vida eterna. Esse benefício tem um alto preço, que o infame personagem aparece cobrando no presente.

O elemento central da história é um espelho que fica no centro do palco. Se ultrapassado, um novo mundo será descoberto, partindo da imaginação daquele que entrar. Estranhamente, o visual encontrado nessa passagem é completamente diferente do esperado, com elementos distorcidos em forma e organização.
O roteiro é aberto o suficiente para o espectador se perder facilmente. Apresentados os personagens, não se sabe ainda o que acontecerá a seguir. Nem mesmo com Tony, que parece não ser uma pessoa confiável, de acordo com uma pista encontrada por acaso. As nuvens começam a se abrir quando é revelada a natureza das apostas de Parnassus com o tinhoso, sendo isso jogado bem mais pra frente.

O diretor, Terry Gilliam, que trabalha há muito tempo com roteiros sobre fantasia (o mais conhecido, “Brazil – O Filme” e o recente “Os Irmãos Grimm”, só pra citar dois exemplos), prioriza esse aspecto, enquanto vai decidindo o que revelar sobre sua história. Usa-se muita computação gráfica em cenários surreais.

O público, que antes passava reto pelo teatro, agora começa a interagir com os agora “prostituídos” atores. Tony os convenceu em dar uma nova cara ao espetáculo quando, ao mesmo tempo, deseja conhecer a natureza do espelho mágico. O sucesso é garantido, pois as pessoas preferem se arriscar em encarar o desconhecido, amparadas por um bom orador ou inspiradas em alguém que acabou de realizar a experiência, e se desfazer de todos seus bens materiais.

No elenco, os veteranos já garantiriam o ingresso. Christopher Plummer e o cantor Tom Waits mostram, em seus personagens, que o bem e o mal não são facilmente definidos. Por outro lado, a presença que mais chama atenção é a de Heath Leadger, em seu último filme. O ator não conseguiu completar suas cenas, mas o diretor encontrou uma saída bem coesa para tapar esse buraco: escalou Jude Law, Colin Farrell e Johnny Depp para interpretar Tony, em três momentos distintos, no mundo fantástico.

A indefinição de Gilliam talvez incomode, mas esse é o estilo dele. Por outro lado, o desfecho tem uma solução muito interessante, que satisfaz, mas também deixa um pingo de melancolia.

Quem for conferir “O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus” deverá estar pronto para o imprevisível e o incômodo. Esperar algo próximo de Tim Burton, que constrói mundos bizarros, porém relativamente aceitáveis, ou focar-se somente em Heath Leadger é pedir para jogar dinheiro fora. A narrativa proporciona muito mais que isso.
Porém, Gilliam tem uma longa história de projetos que não são terminados por, simplesmente, puro azar. O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus tinha cerca de 40/50% do filme feito, mas um sério imprevisto quase põe tudo a perder. No dia 22 de janeiro de 2008, o principal ator Heath Ledger morreu. O desafio a partir dai foi encontrar forças para terminar o filme sem um personagem tão importante para a trama. Então que surgem os amigos Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel. O atores aceitaram terminar o papel por Heath e incentivaram Gilliam a terminar o filme, que além disso, é praticamente uma homenagem ao ator.




O Piraporinha filme Faz uma A homenagem Heath , Por Daniel Day-Lewis Numa das maiores premiação do oscar.Enquanto acabo de organizar os resultados da promoção Coração de Pedra, aproveito para compartilhar o momento mais emocionante da cerimônia de premiação do SAG Awards, o Sindicato de Atores dos EUA, ocorrida ontem. Trata-se do belo discurso de Daniel Day-Lewis, talvez a maior barbada do Oscar 2008, que ganhou o prêmio de Melhor Ator graças à sua atuação em Sangue Negro de Paul Thomas Anderson. Nele, Day-Lewis faz uma homenagem a Heath Ledger, ator que, como bem definiu o crítico do NY Times A.O.Scott, infelizmente não teve tempo para tornar-se "o ator surpreendente, estranho e definidor de uma era que sempre teve o potencial de ser".


Estou muito, muito orgulhoso desse prêmio. Muito obrigado por darem-no a mim. E estou muito orgulhoso por estar incluído no grupo composto pelos atores maravilhosos deste ano. Sabem, desde que me entendo por gente, a coisa que sempre me despertou um senso de deslumbramento, de renovação, que me levava a perguntar como tal coisa era possível, e que me desafiava a entrar na arena mais uma vez, com expectativa e auto-questionamento, tentando me equilibrar, sempre foi o trabalho de outros atores. E há muitos atores hoje aqui, incluindo meus colegas indicados, que me despertaram este sentimento de rejuvenescimento e... (pausa). Heath Ledger me despertou isso".Em A Última Ceia, aquele personagem que ele criou, que parecia um ser deformado, escondendo-se de si mesmo, de seu pai, de sua vida, escondendo-se até mesmo de nós... e mesmo assim queríamos segui-lo, mas tínhamos medo de fazê-lo. Foi ímpar. E, claro, O Segredo de Brokeback Mountain, no qual ele estava inigualável, perfeito. Aquela cena no trailer no final do filme é tão comovente quanto qualquer outra coisa que eu consiga me recordar. E quero dedicar [este prêmio] a Heath Ledger. Muito obrigado".
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26 de julho de 2010

Madrugada dos Mortos

Por que começou, onde começou? Não se sabe. O que aconteceu, quem iniciou? Do dia para a noite, o mundo virou um pesadelo vivo de proporções surrealistas, com a população do planeta atingida por uma praga inexplicável, inabalável e letal: os mortos não ficam mais mortos. Corpos ansiosos pela próxima refeição perseguem os poucos sobreviventes, motivados por uma fome insaciável de se alimentarem da carne dos vivos. Depois de conseguir fugir de sua casa no subúrbio de Wisconsin, na manhã seguinte, Ana Clark se junta a um pequeno grupo de sobreviventes, incluindo o policial Kenneth, o vendedor de equipamentos eletrônicos Michael, o malandro Andre e sua mulher grávida. Eles acabam encontrando refúgio numa das fortalezas do final do século XX - um elegante shopping abandonado. Enquanto o mundo lá fora vai ficando cada vez mais infernal e o exército crescente de zumbis em decomposição tenta incansavelmente se infiltrar no shopping, os sobreviventes vão se preparando para enfrentarem os mortos-vivos, uns aos outros e os seus próprios medos. Isolados daquilo que costumava ser o mundo, os habitantes do shopping - agora um dos últimos baluartes da humanidade - têm que aprender a conviver entre si e a usar todos os recursos disponíveis em sua luta para manterem-se vivos e, o mais importante, humanos. Quando não houver mais espaço no Inferno, os mortos tomarão a Terra.

Após anos em baixa, os filmes de terror voltaram à ativa. Sem inovações no gênero, ele acabou se desgastando com o tempo, e no final dos anos 80, esses tipos de filmes pareciam estar totalmente mortos e enterrados. 'Sexta-Feira 13' se transformou em comédia, 'Halloween' começou a enjoar e 'A Hora do Pesadelo' piorava a cada filme.
Foi então que, em 1996, um filme resgatou o gênero, reciclou e ainda parodiou todos esses filmes. O nome: 'Pânico', filme que arrecadou mais de U$ 120 milhões e tornou esses filmes produtivos novamente.
Mas é claro que todos os estúdios tinham que ter um filme parecido: 'Eu sei o que vocês fizeram no Verão Passado', 'Lenda Urbana', 'O Dia do Terror', 'Medo em Cherry Falls'... Alguns se deram bem, outros foram enterrados nas bilheterias. O cinema 'Terror' começou a se desgastar novamente.
Foi então que os estudios decidiram a retomar filmes de sucesso dos anos 80 e investir neles, e acredite: Deu Certo!
'Freddy X Jason', 'O Massacre da Serra Elétrica', 'Resident Evil' e 'Exterminío' foram sucesso absoluto, de crítica e público.
Agora mais um filme para a safra de sucesso estreou nos EUA: 'Madrugada dos Mortos', remake de um filme de sucesso dos anos 70. O filme conseguiu bater 'A Paixão de Cristo' e estreou em primeiro lugar, algo inusitado para um filme sobre zumbis.






No filme, um grupo de pessoas precisam lutar desesperadamente para sobreviver aos zumbis. Por que começou, onde começou? Não se sabe. O que aconteceu, quem iniciou? Do dia para a noite, o mundo virou um pesadelo vivo de proporções surrealistas, com a população do planeta atingida por uma praga inexplicável, inabalável e letal: os mortos não ficam mais mortos. Corpos ansiosos pela próxima refeição perseguem os poucos sobreviventes, motivados por uma fome insaciável de se alimentarem da carne dos vivos.
Depois de conseguir fugir de sua casa no subúrbio de Wisconsin, na manhã seguinte, Ana Clark se junta a um pequeno grupo de sobreviventes, incluindo o policial Kenneth, o vendedor de equipamentos eletrônicos Michael, o malandro Andre e sua mulher grávida. Eles acabam encontrando refúgio numa das fortalezas do final do século XX - um elegante shopping abandonado. Enquanto o mundo lá fora vai ficando cada vez mais infernal e o exército crescente de zumbis em decomposição tenta incansavelmente se infiltrar no shopping, os sobreviventes vão se preparando para enfrentarem os mortos-vivos, uns aos outros e os seus próprios medos.
Isolados daquilo que costumava ser o mundo, os habitantes do shopping - agora um dos últimos baluartes da humanidade - têm que aprender a conviver entre si e a usar todos os recursos disponíveis em sua luta para manterem-se vivos e, o mais importante, humanos.

Neste filme, os zumbis estão mais rápidos e mais fortes em seus poderes sobrenaturais, com a determinação para matar igual a de um tubarão que sente o cheiro de sangue na água. E quando um humano é mordido e morre, a transformação em zumbi é quase tão instantânea quanto a morte. Para criar o visual dessa nova raça de zumbis, os cineastas contaram com o talento do Desenhista de Efeitos Especiais de Maquiagem David Anderson (Homens de Preto, A Morte lhe Cai Bem), vencedor de dois Oscar. O Diretor Zack Snyder argumenta: "Não queria que este filme fosse um pesadelo em CGI (imagens geradas por computador). Desde o início, eu o vi como um filme de efeitos de maquiagem". Ao que a atriz Sarah Polley comenta: "Foi incrível, houve vezes em que olhava para eles, principalmente quando estava bem de perto, e sentia uma onda de náusea por parecerem tão repulsivos com toda aquele corpo em decomposição. Dava até para sentir o cheiro de podre!".
Na versão de 1979, George A. Romero e sua equipe filmavam nos períodos de meia-noite às 6:00 num shopping que funcionava plenamente durante o dia, mas desta vez a equipe de locação achou um shopping de quase 14 mil metros quadrados que aguardava para ser demolido, e o reformaram totalmente. O Desenhista de Produção participou de um trabalho com total colaboração do diretor, como lembra: "Zack tinha idéias específicas sobre o que precisaria para as filmagens no shopping. Conversávamos sobre as lojas e revisávamos todos os sketches discutindo os melhores materiais e iluminação a serem usados".

George A. Romero temperou o seu filme de terror com uma leve crítica à sociedade e ao consumismo. A questão da "cultura dos shoppings" ainda não existia, pois a explosão desses templos do consumo estava em seu estágio inicial. Hoje em dia, os shoppings são parte integrante e bem aceita da paisagem capitalista. O Produtor Eric Newman finaliza: "Tentamos tocar nos temas que Romero explorou, de que as nossas rotinas são consumidas com coisas como o próprio consumo. O zumbis se alimentam inconscientemente e a nossa sociedade, às vezes, consume inconscientemente".


Não deixe de ver este filme

Para Boy
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O Poderoso Chefão (Trilogia)



Parece título de manchete de uma história de terror? Mas é justamente essa a impressão que tive enquanto revia a famosa trilogia agora restaurada. Coppola e seu fotógrafo, Gordon Willis, mudaram os paradigmas da iluminação com O Poderoso Chefão. Isso porque nunca o cinema tinha enfatizado seqüências tão longas no meio da penumbra. Aqui o filme já abre numa reunião, a portas fechadas. Lá fora está acontecendo um casamento. E a forma com Willis intercala o branco do exterior, com o escuro é chocante. Depois desse filme, aliás, o fotógrafo ganhou o caridoso apelido de Príncipe das Trevas, pela forma como trabalhava com as sombras. Note que eu falei que o filme tem seqüências escuras, mas agora com a restauração nada parece homogêneo, como na edição antiga. As pessoas e objetos em cena revelam dimensão. E o filme ganha uma profundidade de campo que eu nunca tinha reparado.
Nos extras essa profundidade também se estende. O maior mito que existe sobre a produção de O Poderoso Chefão é a história dos acordos de Francis Ford Coppola com a máfia novaiorquina. Eles queriam decidir o que poderia entrar e o que ficaria de fora do filme. Por sua vez, a ala executiva da Paramount também tinha suas reservas a fazer. Então chegou um momento em que Coppola não agüentando mais a pressão, marcou um jantar para os dois grupos se encontrarem e chegar a um meio termo. Nesta nova edição existe um extra chamado “A Obra-Prima que Quase Não Existiu”, que toca de leve neste assunto. Perguntam a Coppola se ele fez acordos, e ele, muito esperto, dá uma risada ambígua.
Quando o então jovem Coppola foi contratado para dirigir a adaptação de O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, no começo dos anos 70, não imaginava que estava dando partida no maior épico contemporâneo do cinema americano. Quem nunca ouviu falar dos Corleone? Um Coppola entusiasmado tece as particularidades dos três filmes na função comentário em off.
O quarto disco interliga os bastidores dos três com imagens inéditas, depoimentos atuais e histórias contadas pelo próprio diretor, Mario Puzo e outros membros da equipe num jantar de gala. E claro, desenvolve-se um pouco, a história do rabo preso com a Máfia. Se você acha isso ficção, repare no primeiro filme como palavras como Cosanostra, capo e etc não são mencionados nenhuma vez. E repare como os códigos de lealdade são subversivamente glorificados. Por que será?
São estas contradições que tornam o primeiro Chefão um trabalho magistral. Ainda que talvez não a obra-prima, que teremos no segundo filme. No Chefão 2, Coppola investiga o processo de formação da Máfia, lá na raiz, na Sicília, sem o temor de dar nome aos bois. Mostra o processo de imigração e os conchavos que a instituição criminosa habilmente fez com o governo norte-americano durante décadas. E a ironia do senado, no começo dos anos 60, querendo moralizar o país, mas não sabendo lidar com uma chaga que eles próprios deixaram se desenvolver. Há um trecho de interrogatórios do senado, onde o estado inquire os chefões e o juíz não entende os depoimentos. São duas instituições de um mesmo país, falando línguas diferentes.
Coppola está no auge de sua força, talento e imaginação nos dois primeiros filmes. O terceiro é um complemento de muito bom gosto. Operístico, trágico, é o momento em que Coppola evoca Shakespeare, ou melhor O Rei Lear. Michael Corleone é o patrono de uma esposa e um filho que o renega, o regente de um império abalado por um mundo globalizado, que deixa as tradições de lado para fazer mais dinheiro. Nem a Igreja sai incólume das negociatas. No making of da produção, Coppola defende o último exemplar, como parte de um todo. Para ele, trata-se de uma única obra, dividida em três atos.
De fato, apesar dos 18 anos que separam a primeira da última parte, é notável a concepção e unidade do conjunto. Isso se deve não apenas à manutenção de boa parte do elenco e da equipe técnica, mas principalmente à absoluta clareza de objetivos do diretor.
Visto no conjunto, a trilogia apresenta uma forma narrativa em espiral, mostrando os dilemas entre viver para a família ou pelo crime organizado e o preço de manter tudo isso agregado. Nos três casos há um acúmulo lento de tensões que desembocam num clímax de matança. Nos três, também se tangenciam assuntos contemporâneos à história narrada: a Segunda Guerra, a revolução cubana, a crise do Vaticano.
Coppola orquestra tudo neste pack. Num ícone especial apresenta o caderno de anotações do primeiro Chefão, um calhamaço com mais de quinhentas páginas, todo riscado, desenhado e rasurado, que mostra as dificuldades que teve para transpor cada página do livro em imagens. “Eu estava obcecado por criar uma adaptação muito fiel, por isso decupei todo o livro, dividi tudo em cenas e enumerei os problemas que eu acreditava que teria durante as filmagens”.
A história oculta desta saga cinematográfica não se esgota. Duas horas de extras depois, ainda há subtemas a destrinchar. A equipe começa a falar. O criador dos cenários Dean Tavoularis relembra o dia em que a produção baixou num gueto italiano em Nova York e modificou a rotina dos moradores por semanas. “Eles devem ter ficado muito contentes quando fomos embora!”. E o fotógrafo Gordon Willis comenta como teve a idéia de trabalhar na penumbra, estudando os quadros de Caravaggio. Para arqueólogos, um capítulo básico traz as gravações de Nino Rota ao se reunir com Carmine Coppola (pai de Francis) para criar a música-tema, assobiada por todo mundo e relembrada agora por você, leitor, enquanto lê essas linhas.






Para fazer o Download dessa trilogia é só clicar nas imagens na sua ordem.







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25 de julho de 2010

Arraste-me Para o Inferno

Arraste-me para o inferno foi um filme muito aguardado por quem é fã de filmes de terror. Se você nunca ouviu falar de Arraste-me para o inferno veja a sinopse do filme logo abaixo.
SINOPSE DE ARRASTE-ME PARA O INFERNO

Christine Brown (Alison Lohman) é uma jovem e ambiciosa corretora de empréstimos em Los Angeles. Na companhia do namorado, o charmoso professor Clay Dalton (Justin Long), Christine parece levar uma vida tranquila. Isso até o dia em que ela recebe a visita da misteriosa senhora Ganush (Lorna Raver), que chega ao banco onde Christine trabalha para pedir um acréscimo no empréstimo e poder pagar sua casa. Ao negar o pedido, que tinha como objetivo apenas impressionar o chefe, o senhor Jacks (David Paymer), Christine acaba desgraçando a vida da senhora Ganush. A idosa é desapropriada, mas a partir disso irá colocar a vida da jovem Christine diante de uma maldição sobrenatural e desesperadora.






“Arraste-me Para o Inferno guarda sua densidade e cumpre o que prometeu com estilo: trazer de volta o terror de verdade.”
Desde 2002, Sam Raimi só dirigiu a ótima cinessérie Homem-Aranha. O que muita gente não sabe é que o diretor consolidou sua carreira dirigindo pequenos e baratos filmes de horror, mais especificamente a série Evil Dead, estrelada pelo ícone Bruce Campbell, o eterno matador de zumbis.


Agora em 2009, Raimi revisita o gênero com o divertidíssimo e original Arraste-me Para o Inferno.

Na trama, a jovem ambiciosa Christine (interpretada pela linda e carismática Alison Lohman) tem sua grande chance para subir de cargo na agência onde trabalha. Para tanto, ela terá que recusar a renovação da hipoteca de uma idosa, e como esse é um filme de horror, não se trata de qualquer idosa. Dona de hábitos repulsivos, a senhora Ganush é uma mulher conhecedora de magia negra, e após sentir-se humilhada, ela roga a Christine: após três dias a entidade “Lámia” buscará a jovem para arder, literalmente, no fogo do inferno. Agora Christine tem apenas 72 horas para tentar desfazer a maldição, enquanto é assombrada o tempo todo.


Em termos de construção de personagem e instalação de conflito no roteiro, Raimi e seu irmão Ivan estão de parabéns.
Christine está o tempo todo buscando pela aprovação masculina, seja ela em sua vida profissional (o chefe e seu rival Stu), seja ela em sua vida pessoal (seu namorado). E ela fará o que tiver de ser feito para ter essa aceitação e provar que é boa o bastante – mesmo que isso implique em tirar a casa de uma senhora de idade.

A senhora Ganush acaba representando o sexo e a independência feminina que cobra Christine e pede que ela não ceda aos confortos que a aprovação masculina lhe traria: mostrando ao chefe que ela pode fazer uma decisão dificil (em outras palavras, tratar os clientes como clientes e não como pessoas, atitude essa que Stu, o arquétipo do macho profissional e insensível, pode perfeitamente fazer) ela sobe de cargo e, subindo de cargo, mostra para a família do namorado o quão digna é de namorar com ele.

Os Raimis elegem duas cenas que sequenciam uma a outra para ilustrar a posição de Christine em relação aos homens ao seu redor: na primeira, almoçando com Clay, o namorado, ela conserta com facilidade sua impressora que segundo ele precisaria ser jogada fora e substituida por outra. Em seguida, ela serve o almoço para Stu que reclama porque Christine colocou maionese em seu prato. Ele trata a moça com superioridade, mesmo ocupando a mesma posição que ela. Alguém aí chuta um palpite do porque Stu acha que pode trata-la dessa forma?

Logo, a maldição que a senhora Ganush roga, acaba sendo um castigo pela submissão de Christine. Mas a jovem não enxerga isso, não em uma mulher grotesca, doente, que rouba os doces de sua mesa e tem um semblante triste e amargurado. Ela não quer ser assim, ela quer ser poderosa e aceita, então recusa, recusa ajudar a pobre velha que se humilha e implora.
Humilhação, recusa, humilhação e inferno.

É então onde começa o terror, muito bem conduzido e envolvente, devo dizer. O Raimi diretor é um mestre para arquitetar tensão, tensão essa que se não fosse eventualmente amenizada, potencializaria a angústia do espectador em muitas vezes. Mas não é o que acontece, sobretudo porque uma das características de Arraste-me Para o Inferno é a mistura do horror com o humor físico e o uso da escatologia para arrepiar e, ao mesmo tempo, divertir o público.
Há uma dezena de sequencias hilárias e igualmente aterrorizantes (o sangramento nasal, os fluídos corporais do defunto…) e uma ou duas cenas onde a tensão atinge o ápice do incomodo (o jantar com a família de Clay e a cena que faz referência a uma sequencia de O Exorcista).

Outra qualidade é que todos os eventos, personagens e interpretações giram ao redor de Christine, seu personagem jamais cede o foco e serve como fio de conexão entre espectador e trama.

E obviamente, o virtuosismo técnico de Raimi está presente o tempo todo, só reforçando o espetáculo visual, os ares de pesadelo e a consciência de que algo medonho está para acontecer. Enfim, acompanhada pelos sombrios violinos da música tema composta por Christopher Young, a ambientação vai se impondo aos poucos e levando o espectador para lugares cada vez mais surreais e assustadores.

Existem alguns tropeços e há um certo excedente de trama que só está ali para Raimi brincar com o visual, mas Arraste-me Para o Inferno guarda sua densidade e cumpre o que prometeu com estilo: trazer de volta o terror de verdade.

Para conferir fotos, vídeos, curiosidades, notícias e mais sobre o filme:
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21 de julho de 2010

O Lutador


Por Valter Piraporinha

Dramáticas histórias de superação sempre tiveram enorme aceitação ante os membros da academia. O que se dirá daquelas protagonizadas por lutadores. O fato é que, a despeito da temática pouco original e de personagens a principio convencionais, o diretor Danny Aronofsky consegue, em sua mais recente produção, O Lutador, um drama conciso, que, entre outros inúmeros entendimentos, discorre temas como a solidão e o destino.

No longa, Mickey Rourke interpreta Randy Robinson, um profissional do wrestling cujo auge da carreira se deu nos áureos anos 80. Vinte anos após a luta que o transformou em ídolo, “The Ram” (como ficou conhecido nos ringues), agora um solitário cinquentão de aparência bizarra, se divide em lutas amadoras conseguidas através do pouco reconhecimento que ainda lhe resta e durante a semana, trabalhos eventuais.
Eis que ao final de uma dessas lutas, talvez a mais sangrenta delas (com direito a arame farpado e um grampeador automático) Randy acaba por sofrer um ataque cardíaco e naturalmente, recebe a triste notícia de que não poderá voltar a lutar. Assim sendo, Randy decide que é chegado o momento de fazer alguns acertos em sua vida: decide reconquistar a filha (Ewan Rachel Wood) e se desculpar pela sua omissão como pai, além de investir em sua relação com a stripper Cassidy (Marisa Tomei, indicada ao Oscar) e arrumar um emprego, digamos, mais convencional – atendente da sessão de frios de um supermercado. O que Randy conclui entretanto, é que a vida fora dos ringues é a que mais lhe machuca. Rourke desponta como favorito ao Oscar, auxiliado por uma caracterização irretocável e uma atuação bastante objetiva. A humanização de seu personagem se traduz em empatia para com o público – no que talvez possa ser comparado ao Rocky, de Stallone. Embora não reclame de sua sorte, cada cena emana algo da fustração de Randy. Não há o que e fazer ante o que somos ou nos tornamos. Como ele se auto define – e muito se falou das semelhanças de sua história e a do próprio Rourke, que ressurge nessa interpretação – Randy Robinson é um velho e maltratado pedaço de carne.

Em tratando-se do diretor Darren Aronofsky, O Lutador é um filme bastante particular. Ao contrário de produções como Pi, Réquiem Para Um Sonho e Fonte da Vida, o roteiro de O Lutador não sugere maiores pretensões, pelo contrário: é bastante simples e objetivo. O mesmo pode-se dizer da edição, que flui maravilhosamente. Diferentemente de Fonte da Vida por exemplo, seu último trabalho, em que as reviravoltas temporais configuram um verdadeiro martírio aos mais desatentos. Aliás desse último, o que permanece é o compositor Clint Manssel. A seleção musical é um outro ponto forte do filme, com clássicos inspirados dos anos 80.

Um filme para agradar ao mais inveterado fã de Touro Indomável ou àquele que procura simplesmente a razão do alarde em torno de Rourke. Boa pedida em qualquer hipótese.






Mas há de se lembrar que se não fosse pela escolha de Mickey Rourke como o ator principal, não acredito que o filme seria tão grandioso, a ponto de conquistar publico e critica por onde passou, levando prêmios importantes no circuito de cinema mundial. Há de se lembrar que isto seja uma retomada na sua carreira, e que mais e mais vezes ele se entregue ao papel desse jeito; é uma honra assistir filmes assim.

No bacana “Rocky Balboa” (2006), Stallone entregou ao público uma história sobre um homem que havia sido um grande campeão de boxe e precisava enfrentar a chegada da velhice, a vontade em voltar aos ringues – colocando em risco sua saúde – e a tentativa de reaproximação com o filho. Tudo embalado num clima de esperança, e ao final da projeção a platéia deixava o cinema com a sensação de que o protagonista havia alcançado a superação, e encontrado sua paz.

Estréia nos cinemas brasileiros outra produção que retrata um veterano dos ringues, que tenta se reaproximar da filha, e após sofrer um infarto causado pelos excessos ao longo da carreira, decide enfrentar um último desafio. “O Lutador”, adaptado do livro que Robert Siegel escreveu sobre Randy “The Ram
Robinson, astro ficcional da luta livre nos anos 80, lembra até certo ponto o último filme sobre o garanhão italiano. Mas o longa do talentoso diretor Darren Aronofsky (“Réquiem para um Sonho” e “Fonte da Vida”) transcende a história sobre superação. A dramaticidade e a autocomiseração do personagem principal são elevadas à enésima potência em trama melancólica e extremamente real.
Vinte anos após seu auge, The Ram (Mickey Rourke, de “9 e ½ Semanas de Amor”) segue fazendo a única coisa que sabe: lutar. Mas os tempos mudaram, ele envelheceu, os fãs são poucos e o dinheiro menor ainda. Mesmo assim ele segue se apresentando. Até o infarto.
Forçado pelos médicos a interromper a longa carreira, Ram começa a trabalhar no balcão de frios de um supermercado. Enquanto isso, tenta refazer o contato com a filha (a linda e aqui morena Evan Rachel Wood, de “Across The Universe”, que estaria saindo com Rourke na vida real) e procura algum alento romântico em uma stripper (Marisa Tomei, ousada como jamais havia sido). Só que tentação pouca é bobagem. E eis que surge, então, a proposta para uma revanche com o seu maior rival, o Aiatolá (Ernest Miller). Difícil resistir…

Mas diferente de “Rocky”, Randy não tem qualquer interesse em superar-se. Tentar não repetir os erros do passado já seria uma vitória.

Curioso que essa motivação do personagem se assemelha às experiências pessoais de seu intérprete. Mickey Rourke, também um astro oitentista, que desapareceu do cinema durante anos, tentou carreira profissional do boxe, chegou a ser relegado a pontas ou projetos medíocres, se envolveu com drogas, ficou com o rosto deformado e quase se perdeu tentou resgatar um pouco da dignidade em filmes recentes. Uma oportunidade de retorno surgiu em “Chamas da Vingança”. Outra em “Sin City”. Mas não decolou. E sua redenção acontece aqui, em uma atuação que sensibiliza o espectador.

O lutador/ator se entregou de corpo e alma ao filme. E a entrega merece mais destaque, se verificarmos que Ram tem problemas com drogas, fato remete à vida real do ator. Corajoso, não teve receio de se expor e o esforço não foi em vão, rendendo ao artista os prêmios de Melhor Ator no Globo de Ouro, no BAFTA e sua primeira indicação ao Oscar (o prêmio acabou nas mãos de Sean Penn, por “Milk“).






Diferente do Jake LaMotta que Robert de Niro viveu no clássico “Touro Indomável”, cuja paranóia contribuiu para sua derrocada pessoal, Randy não age por maldade, tenta se acertar na vida, mas acaba cometendo erros que nem ele mesmo saber porque cometeu. É a velha história: errar é humano. E é essa fragilidade inerente a todos nós que o aproxima do público.

Já as atrizes que dividem a tela com Rourke não fazem por menos. Marisa Tomei, vencedora do Oscar de Atriz Coadjuvante por “Meu Primo Vinny”, foi novamente indicada pela Academia por encarnar com ousadia o papel de stripper. E Evam Rachel Wood se sai bem como a filha esquecida que tenta dar uma segunda chance ao pai.

Somadas à qualidade do elenco, estão a ambientação da época irrepreensível, a verossimilhança como as lutas são mostradas e a excelente trilha sonora, que mistura clássicos do heavy rock com as músicas incidentais tocadas por Slash (ex-Guns) e compostas por Clint Mansell – que devem fazer a alegria de muito marmanjo que foi adolescente naquele período.

Todos esses ingredientes fazem de “O Lutador” um dos grandes filmes do ano, e o projeto que fez o ser humano Mickey Rourke voltar à vida – ao menos, a cinematográfica.

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20 de julho de 2010

O Senhor das Armas

Para quem ainda não sabe que as guerras são ótimas oportunidades para se enriquecer, "O senhor das armas" é uma boa sugestão para se tomar conhecimento disso. O filme estrelado por Nicolas Cage (de "Motoqueiro fantasma") é um drama sombrio e ácido que mostra a história de um homem que se tornou bem sucedido graças às armas.

Baseado numa história real, o filme é narrado pelo protagonista Yuri Orlov (Cage) que conta toda sua trajetória no mundo armamentista. Com um humor maligno, ele explica como se faz para comprar e revender armas. Quase como um manual da guerra.

É um filme interessante, com um enfoque ousado. Embora sera excessivamente longo, a história flui bem. Alguns momentos são um pouco lentos, mas mesmo assim "O senhor das armas" merece um destaque por falar de um tema polêmico de um modo subversivo.

No elenco também estão presentes: Jared Leto e Ethan Hawke (de "Roubando vidas" e "Antes do amanhecer") . Filme bastante contemporâneo e histórico. Um bom estudo sobre uma das formas de se fazer dinheiro.


“A cada 12 pessoas no mundo, há uma arma. A minha preocupação é: como armar as outras 11?”

Vale muito a pena alugar e assistir, este é do tipo de filme que você termina de assistir e fica pensando... Neste caso você vai pensar nas coisas absurdas que acontecem no mundo e que ninguém percebe ou dá importância.




Esse sim é um bom filme para ver !




Por Valter Piraporinha
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Busca Implacável

Bryam escuta, pelo celular, o momento do seqüestro de sua filha por uma gangue especializada no tráfico de mulheres. Agente aposentado do serviço secreto, Bryan tem de enfrentar o primeiro desafio, que é a distância entre Paris, local do seqüestro, e Los Angeles, aonde se encontra.

"Não sei quem você é. Não sei o que você quer. Se for resgate, vou avisando, não tenho dinheiro. Só tenho a habilidade adquirida em uma longa carreira nas sombras. Habilidade que faz de mim um pesadelo para gente como você. Se soltar minha filha agora, tudo estará resolvido. Não irei atrás de você; sem procura nem perseguição. Se não soltar, vou atrás de você, e vou encontrá-lo. Acabo com você." Pra mim um dos melhores!
obs: Isso vai soar machista, mas aproveitando a deixa do tópico: Esse filme mostra o quanto as mulheres podem ser ingênuas, frágeis e incapazes, e como os homens podem quase tudo!



Uma vez ouvi dizer que os filmes mais complicados de se escrever sobre eram exatamente aqueles que não são nem excelentes e nem horríveis. Nesses casos, há muito que ser dito, para o bem ou para o mal. Em um filme regular ou somente bom, nos limitamos a comentar as atuações e o roteiro, já que nada de inovador é mostrado com a direção. É o caso deste Busca Implacável, de Pierre Morel, último filme do diretor, e talvez o único famoso. É a história de Bryan Mills, um ex-agente da CIA que, após se aposentar, decide compensar o tempo que deixou de dar à família. Por ter sido um agente excepcional, o casamento com Lenore foi abalado, e aqui já o encontramos separado, dedicando-se exclusivamente à filha que teve com ela, Kim – interpretada pela mesma atriz que fez Shanon em Lost. A menina de 17 anos, até um pouco boba demais, tem uma ligação forte com o pai, e pode-se notar isso em momentos de muito afeto e ternura que demonstram um com o outro.

Bryan se esforça para encontrá-la sempre que pode, um verdadeiro paizão. A trama começa quando Kim decide viajar com uma amiga, Amanda, para um mochilão na Europa. Superprotetor, Bryan resiste até o último momento em deixá-la ir, mas acaba demovido por Lenore. As duas acompanhariam a turnê do U2, passando por diversas cidades, entre elas Paris, Madri e Londres.

Nada de muito especial acontece até o momento do turning point. Confesso que foram esses primeiros trinta minutos (e o trailer destas cenas) que me fizeram assistir até o final. Ao chegar a Paris, as meninas conhecem um rapaz, Peter, que divide o táxi com elas até o apartamento em que ficariam. Logo de cara Amanda delata que estão sozinhas em casa, e o rapaz convida-as a uma festa de faculdade. Ladainha pura. Mal as meninas entram no prédio, Peter faz uma ligação que já acelera os corações.

Quando Kim decide finalmente ligar para o pai dizendo que está tudo bem, vemos as cenas angustiantes do trailer. Ela vê dois homens entrando no apartamento e seqüestrando Amanda. Frio e calculista como um verdadeiro James Bond, Bryan aconselha a filha a se esconder debaixo da cama do quarto mais próximo e aguardar. “Agora preste atenção. Eles vão te encontrar, e eles vão te levar”.

Suspense terrível, Bryan ouve do outro lado da linha líderes albaneses sequestrando Kim. O bandido pega no telefone e ouvimos a sentença de morte mais deliciosamente vingativa do filme: “Eu não sei quem você é, eu não sei o que você quer. Se você quer resgate, eu não tenho dinheiro. Mas o que eu tenho são algumas habilidades especiais; habilidades adquiridas em uma longa carreira. Habilidades que me fazem um pesadelo para gente como você (…) Se você não soltar a minha filha, eu vou te procurar, eu vou te achar. E eu vou te matar”.

É então que a versão Chuck Norris de Neeson entra em ação – neste ponto, pensei “ah, vai acabar tudo bem, afinal, ele é o Qui-Gon-Jynn!” (para os não-geeks, o mestre de Obi Wan Kenobi/Ewan McGregor de Star Wars). Como era de se esperar de um agente da CIA, Bryan demove o mundo para resgatar sua filha. Ele vai a Paris e encontra um antigo amigo corrupto, e ameaça até mesmo a família dele para que a menina seja salva. Com agilidade e esperteza típicas de um veterano – tanto no sentido figurado quanto pelo próprio ator, já acostumado com esse tipo de papel – Bryan vai conseguindo pistas, disparando tiros e socos até encontrar a garota.

Os diálogos são curtos e diretos, dando bem a ideia de que este não é só um agente da CIA, mas é um pai desesperado. Um homem que não hesita em abusar da violência e o que é pior: mostrando-nos que em alguns casos ela não é gratuita. Talvez este seja o grande mérito do filme. Recentes acontecimentos aqui no Brasil me dão agora a certeza de que algumas pessoas não podem sair impunes (rest in peace, Glauco e Raoni).

Mesmo sabendo que a viagem das meninas não é tão absurda quanto o pai-coruja quer acreditar, o que acontece a elas é realmente assustador. Por já ter vivido experiências semelhantes (como contado nos posts de O Albergue Espanhol e Ele Não Está TÃO Afim de Você), e também por saber que essas coisas são reais e realmente acontecem, sei que quando chegamos sozinhos em algum país diferente, temos a tendência de conversar com todos, ir a lugares muitas vezes duvidosos e dar atenção a quem não mereceria se estivéssemos em casa. É um filme emocionante e chocante, com sequências de ação nervosas, mostrando que o roteiro de Luc Besson cumpriu bem seu papel até aqui.

Talvez o defeito tenha ficado para o modo como Morel terminou o filme. A partir de um determinado momento, sentimos que ali deveria ser o final, e não a maneira como ele realmente acaba. Enquanto o longa inteiro teve ritmo frenético, a escolha por acabar com o mesmo tom da primeira meia hora simplesmente não combinou. Fiquei com a sensação de que não foi a melhor solução, e de que ficou tudo bem muito de repente.

Além disso, apesar de ser uma verdade incontestável as atrocidades que jovens turistas passam na mão de sequestradores e contrabandistas na Europa, esta é uma visão que denuncia com muita parcialidade, exatamente por Kim ter sido salva pelas mãos de um ex-agente da CIA. Se este filme não fosse hollywoodiano, talvez não tivesse acabado nada bem. Não é uma visão cética, denunciante do que realmente acontece, mas sim uma visão moralista e, como eu disse acima, absolutamente parcial
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11 de julho de 2010

O Dia em que a Terra Parou


ATENÇÃO: Se não quer ler spoilers não leia o texto abaixo!

O filme em si, não tem uma história, mas alerta aos cuidados entre o ser humano e a Terra e do ser humano consigo mesmo e com os outros ao seu redor.

A missão de Keanu Reeves neste filme é salvar o mundo dos humanos. É basicamente isso. Mas ele acaba virando “amigo” da astrobióloga Helen Benson e ela tenta convence-lo de que ele deveria nos dar mais uma chance para mudar.


Há trechos do filme que mostra o egoísmo do ser humano explicitamente. Como na cena em que Keanu chega na esfera e assim que o exército vê, atira nela. São bosais, é claro! Só por ser um estranho, acham que vai atacar. E também na cena em que a personagem de Kathy Bates diz que o “planeta é nosso”. Se o planeta realmente é nosso por que não cuidamos dele com carinho e cuidado para que continue a ser nosso?
Outro trecho que me chamou atenção foi quando Klaatu foi à casa do amigo da cientista e numa conversa ele contou à Klaatu que “só no precipício é que o homem muda”. Ele apenas evolui quando fica diante de um problema que quase não tem mais solução. Para mim, essa foi a melhor parte do filme.


Enfim, o filme em si, é visualmente legal. Mas não se desanimem com a minha crítica. Assistam, porque mesmo sem história achei um filme nota 8. Assistam!









Por Valter Piraporinha
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