PiraporinhaFilmes

2 de abril de 2011

Machete

Deus tem piedade. Eu não!” frases de efeito como essa estão por toda parte em “Machete”, filme de Robert Rodriguez que nasceu de um trailer do projeto Grindhouse, de Quentin Tarantino e do próprio Rodriguez. O projeto, uma homenagem às sessões duplas de filmes B exibidas em antigos cinemas nos EUA, consistia em um média metragem de Tarantino, “À Prova de Morte”, e um média de Rodriguez, “Planeta Terror”. Entre eles,


trailers de falsos lançamentos, como este “Machete”, “Hobo with a Shotgun” (“Mendigo com uma Espingarda”, numa tradução livre), “Mulheres Lobisomens da SS” (será que nesse caso seriam “Lobimulheres”?), “Não” e “Dia de Ação de Graças”. Apesar do projeto Grindhouse em si ter sido um fracasso, forçando os produtores a lançarem os dois médias separadamente em versões estendidas, os trailers que os separavam começam a dar frutos. Além de “Machete”, de Rodriguez, o diretor Jason Eisener pretende lançar nos cinemas em 2011 o seu primeiro longa, “Hobo with a Shotgun”. Curioso sobre a sinopse? A tradução que sugeri do título dá uma boa ideia da trama.
”Machete” é estrelado pelo mexicano Danny Trejo (“Um Drink no Inferno”, entre outros), que encarna um agente federal mexicano, com uma sangrenta predileção por machetes, que é obrigado a fugir para os EUA depois que o líder do tráfico no país mata sua família. Já nos EUA, ele é intimidado a assassinar um senador americano que pretende criar leis mais duras contra imigrantes, mas descobre tarde demais que tudo é uma grande armadilha. Enquanto foge (e desmembra), ele é ajudado por uma mexicana, líder de um grupo de imigrantes ilegais, e uma agente da polícia americana, que investiga o tráfico de pessoas na região. Pode parecer apenas mais um Trash qualquer, com um coadjuvante famoso talvez passando por uma fase decadente. Mas não é bem assim quando se trata de Robert Rodriguez, grande amigo de Quentin Tarantino e um dos diretores Trash mais badalados de Hollywood. O elenco de Rodriguez conta com: Robert De Niro no papel do senador; Lindsay Lohan como filha do senador; Jessica Alba no papel da policial que ajuda Machete; Michelle Rodriguez liderando o grupo de imigrantes; Cheech Marin como padre; e Steven Seagal como chefe do tráfico e inimigo mortal de Machete.

“Machete” é uma comédia que não deve ser levada a sério. Nem por um segundo. Homenageia um gênero de cinema que está quase morto, mas que ainda encontra ocasionais representantes, como o hilário “Black Dynamite”, de Scott Sanders. E consegue ser brilhante no seu objetivo: fazer rir.


A trama de ”Machete” pode soar clichê e bastante gratuita... na verdade, “Machete” é tremendamente divertido por ser as duas coisas. Danny Trejo não mede esforços para incorporar o herói durão, conquistador, violento e cheio de frases de efeito (a minha favorita é “Machete não manda mensagem” dita após nosso herói ser perguntado porque não informou onde estava). Manobrando suas machetes ou qualquer outra lâmina que tenha nas mãos, o personagem de Trejo é uma máquina ambulante de sangue jorrando, apesar de eu ter sentido falta de um pouco mais de decepações (sim, eu tenho tomado meus remédios). Quando algum bandido não está na sua mira, ele rapidamente consegue alguma bela mocinha para lhe fazer companhia, por mais incoerente que isto seja para o resto da trama. Mas Trejo, apesar de ser a alma, ou melhor, as vísceras do filme, não é o único que merece elogios. A participação do veterano Cheech Marin rende as melhores cenas do filme que contam com diálogos hilários. Jessica Alba faz uma boa participação, mostrando que pode fazer cinema de forma competente quando suas qualidades de atriz não são muito cobradas; e Michelle Rodriguez comprova mais uma vez que nasceu para o gênero de ação. Surpreendentemente, a participação de De Niro não fica deslocada, mostrando que até um grande ator pode aprender a relaxar e se divertir em uma ação escrachada. Melhor vê-lo como senador em um Trash de Rodriguez, do que tentando fazer um médico sério em bombas como “O Amigo Oculto”. Quem decepciona mesmo é Seagal, que aparece pouco e tem um duelo final com Machete bem aquém do resto do filme. E Lindsay Lohan... digamos que ela agora interpreta ela mesma. Os anos de álcool e drogas não trataram bem o rosto de uma das grandes promessas adolescentes de Holyywod.
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