PiraporinhaFilmes

18 de fevereiro de 2015

"Tomaram sua Liberdade. Agora é Hora dele Tomar o Controle! "

                                                                 
                                                              Django Livre

Existem filmes que quando você sai da sala do cinema, está mais eufórico do que quando estava com vontade de assisti-lo. "Django Livre" pode ser mais um considerado desse estilo, pois a vontade que se tem, mesmo sabendo que não deve fazer, é de ao final da sessão levantar e aplaudir de pé a obra prima que Quentin Tarantino conseguiu nos mostrar. Posso falar que já vi muitos filmes, mas nenhum pode ser comparado ao que temos nessa obra completa de bom roteiro, maravilhosa direção e excelentes atuações que somado tudo temos um filme genial.


O longa nos mostra que Django é um escravo, comprado pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz para auxiliá-lo em uma missão. A dupla acaba fazendo amizade e, após resolver os problemas do caçador, parte em busca por Broomhilda, esposa de Django. Para isso, eles devem enfrentar o vilão Calvin Candie, proprietário da escrava.

Aqui diferentemente de seus últimos filmes, Tarantino opta por não fazer um longa dividido em capítulos, o que na minha concepção ficou bem mais interessante sem termos interrupções e com isso tivemos um ritmo mais cadenciado que faz toda a passagem desde Django sendo liberto até a busca por sua amada, e com isso envolvendo várias histórias no meio do caminho. O que é bacana que a história mesmo sendo bem longa(165 minutos), ela é contada de uma forma tão gostosa de se assistir que passa voando. Claro que por ser um filme de Tarantino não espere nem um pouco por economia em sangue, pois tudo é altamente explodido pelos tiros de forma que se alguém for meio fraco pode até passar mal. Os ângulos escolhidos para capturar as cenas são um show a parte, pois a cada momento a câmera está num lugar nos colocando como se estivéssemos junto dos protagonistas em cada cena. Maravilhosa a mão do diretor tanto para escrever a história quanto para escolher a melhor forma de filmar.

No quesito atuação, sempre tem algum personagem que você não vai gostar, isso ocorre em todos os filmes, mas aqui não tem como, pois todos sem falsa modéstia estão dignos de serem indicados à prêmios. Começando por Jamie Foxx que faz um bom protagonista, não diria que chamou a responsabilidade do longa pra si, mas as expressões que faz em muitos momentos mostram que não foi escolhido ao acaso, extraindo de seu personagem uma força visceral para tratar com ódio tudo que faz, e nas cenas que "humilha" os de sua cor é notável em seu olhar a dor interna. Christoph Waltz é o cara, podemos definir ele como o homem que caiu na mão de Tarantino leva todos os prêmios possíveis, e não é pra menos, seu personagem se coloca a frente de forma perfeita, cadenciando as cenas, dando interpretação e deixas para os demais personagens, volta e faz tudo com a interpretação máxima que alguém poderia dar, é literalmente perfeito em todas as cenas, fazendo com que piadas e momentos sérios sejam totalmente confundidos e linkados de forma adequada. Leonardo DiCaprio finalmente faz um papel que merecia ser seu embora seja novo demais para o personagem, assume uma outra faceta e decola dando carisma para um "vilão" que passamos a gostar ao invés de odiar, suas interpretações soam gostosas e bem divertidas em todos os momentos. A grande surpresa do longa fica com Samuel L. Jackson, que sempre atuou da mesma forma em seus 138 filmes anteriores, consegue vir com um personagem perfeito, com trejeitos dignos de ter sido indicado à prêmios, fazendo a cada momento que esteja presente em cena que queiramos que fique ali o restante do longa e se duvidar pediríamos para que aparecesse antes, pois é excelente o que faz. Dos demais personagens, todos estão muito bem encaixados e com diálogos concisos sempre deixando para que os protagonistas finalizem as pontas e agradem, o destaque feminino desses personagens embora não se expresse muito falando é Kerry Washington, mas quando mostra interpretação corporal, faz muito bem.


 Outro destaque entre os coadjuvantes está na pontinha que o próprio diretor faz para brincar e como disse para alguns amigos que foram junto na sessão eu colocaria a cena no final para acabar com ela(melhor não falar mais nada para não dar spoilers).
A arte do longa está impecável retratando os western spaghetti de forma brilhante porém com toques tarantinescos, dando aquele ar de loucura que só o diretor tem, mas em cenários grandiosos e bem colocados pela direção de arte. Como já disse temos sangue e vísceras para todo gosto, voando tudo a cada tiro dos revólveres, pode até parecer meio exagerado em algumas cenas, mas confesso que gostei bastante. A fotografia trabalhou com cores mixadas, puxando para o sépia em alguns momentos, afinal estamos falando de um longa do gênero western, mas sem exagerar, e sempre recaindo no vermelho devido claro à alta quantidade de sangue em cena. Sempre é visto as sombras bem trabalhadas e isso acho bom demais, pois recai a premissa de que algo vai acontecer sem precisar dizer.

A trilha sonora escolhida para o longa é outro festival de músicas perfeitas, daquela que com certeza você tem de ter em casa e aonde estiver, contando com trilhas de Ennio Morricone apenas para degustar, mas com muito mais canções cantadas que agradam na medida passando desde os tradicionais acordes westerns, passando por canções pop numa levada diferente e colocando até um hip hop com a batida western ao fundo, ficou muito bacana de ouvir e todas sem dúvida encaixaram perfeitamente no longa. Como disse vale muito escutar tanto na forma original para ver como foi bem encaixada na trama, quanto ouvir depois em casa.
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