
Entre os anos de 1986 e 87, o premiado Alan Moore criou esta série de 12 revistas em quadrinhos publicadas pela DC Comics, que mudaria a cara do gênero. O nome de Alan Moore sempre foi associado a duas coisas no mundo dos quadrinhos: bons trabalhos e brigas com a DC Comics. Autor de obras elogiadas como “Do Inferno”, “A Liga Extraordinária”, “V de Vingança” e sua re-invenção do título “O Monstro do Pântano”, Moore tem como seu trabalho mais premiado a mini-série “Watchmen”, que ainda conta com ilustrações de Dave Gibbons e colorização de John Higgins (a série recebeu um Prêmio Hugo, importante premiação no gênero de ficção e fantasia). E boa parte deste trabalho foi pontuada por diversas brigas do escritor com sua editora, com quem brigava constantemente pelos direitos da série. Depois de cortar relações com a editora e passar por processos contra a mesma, Moore ainda viu alguns de seus trabalhos vendidos pela DC para o cinema.

E finalmente chegou a vez de “Watchmen”. O aniversário de 20 anos de sua publicação quase coincidiu com o anúncio de Zack Snyder de dirigir a versão cinematográfica da revista. Snyder passava por uma ótima fase devido ao sucesso de “300”, outra adaptação de quadrinhos que impressionou pela capacidade do diretor em reproduzir a exuberância visual criada por Frank Miller. Mas dirigir o que muitos consideram “a Bíblia dos quadrinhos” (fãs podem ser bastante exagerados) trouxe o ceticismo de alguns e imediato preconceito de muitos.



A complexidade da trama e a extensão eram os principais desafios para se fazer um único filme que reunisse toda a história de “Watchmen”. As revistas não eram lineares e para o filme manter a fidelidade ao original este teria de ter uma edição genial e a coragem para remover alguns de seus elementos. O filme consegue as duas coisas: reunindo muito do conteúdo que servia de pano de fundo da trama em uma abertura maravilhosa, o filme consegue remover flashbacks que acabariam por aumentar em muito sua já extensa duração (163 minutos). Também foi removida a história paralela contada através das revistinhas de um garoto

.


A ação está presente nos momentos certos, como numa excelente seqüência no presídio, mas é apenas a necessária e corresponde ao conteúdo da revista. O visual dos cenários é outro exemplo de grande detalhamento, mostrando uma década de 80 suja e decadente. O figurino dos heróis chama atenção especialmente ao criar o movimento da máscara que dá nome à Rorschach. Em cima de tudo isso, o filme ainda adiciona um elemento impossível aos quadrinhos e que surpreende: uma trilha sonora excelente, com sucessos da música americana (temos de Bob Dylan a Simon & Garfunkel, passando por Leonard Cohen). E os efeitos sonoros não ficam para trás.



”Watchmen” pode não agradar o grande público devido à sua trama muito dinâmica e mergulho na psicologia de personagens de moral nem sempre clara. Mas para quem não tem medo de um filme complexo, profundo e que sabe combinar ficção com suspense e um visual absolutamente espetacular, então veja, reveja, decore, maravilhe-se com o fantástico “Watchmen”.

Direção: Zack Snyder


Direção: Zack Snyder
Roteiro: David Hayter, Alex Tse
Baseado na Obra de:
Dave Gibbons (Watchmen)
Alan Moore (Watchmen)
Elenco:
Jackie Earle Haley (Walter Kovacs / Rorschach)
Jeffrey Dean Morgan (Edward Blake / Comediante)
Billy Crudup (Jon Osterman / Dr. Manhattan)
Matthew Goode (Adrian Veidt / Ozymandias)
Carla Gugino (Sally Jupiter / Espectral)
Malin Akerman (Laurie Juspeczyk / Espectral II)
Patrick Wilson (Dan Dreiberg / Coruja II)
Stephen McHattie (Hollis Mason / Coruja)
Matt Frewer (Edgar Jacobi / Moloch)
Niall Matter (Mothman)
Jeffrey Dean Morgan (Edward Blake / Comediante)
Billy Crudup (Jon Osterman / Dr. Manhattan)
Matthew Goode (Adrian Veidt / Ozymandias)
Carla Gugino (Sally Jupiter / Espectral)
Malin Akerman (Laurie Juspeczyk / Espectral II)
Patrick Wilson (Dan Dreiberg / Coruja II)
Stephen McHattie (Hollis Mason / Coruja)
Matt Frewer (Edgar Jacobi / Moloch)
Niall Matter (Mothman)

Por: Valter Andrade
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