PiraporinhaFilmes

12 de outubro de 2010

Os Fantasma se Divertem


Vocês tem um filme de infância? Aquele filme que, mesmo não sendo ótimo, você acaba tendo um carinho especial por te trazer boas lembranças? Entre os meus filmes de infância, que me fazem lembrar várias coisas boas, eu incluiria vários clássicos Disney (principalmente A Bela e a Fera), Convenção das Bruxas, A Lagoa Azul, Abracadabra e até Gasparzinho. Entre vários outros.

Esses são alguns filmes que me trazem lembranças engraçadas. Mas acho que o melhor filme da minha infância, e um dos filmes que me fez mudar o olhar sobre o cinema, é Os Fantasmas se Divertem. Se você me perguntasse uma frase inesquecível do filme, eu não pensaria Beetlejuice, e sim Besouro suco. Óbvio, o filme passava na sessão da tarde, dublado. Por isso que eu sou totalmente a favor das dublagens. A maioria dos críticos, profissionais e “entendedores” de cinema são contra filmes dublados porque eles “desmerecem o talento dos atores”. E como ficam as crianças? Elas só devem assistir filmes infantis e desenhos? Claro que não. É de infância que vem o amor pelo cinema, pelo menos no meu caso, e se não fossem as dublagens, com certeza eu não teria esse fascínio todo.

Os Fantasmas se Divertem é o primeiro longa do Tim Burton, um dos meus diretores favoritos. O cara tem estilo, isso não dá pra negar. Me fala alguém que mostraria os fantasmas de uma mulher com os pulsos cortados, de um homem todo queimado (que, ironicamente, vive fumando) e de outro amassado por rodas de um caminhão, num filme infantil? O longa é cheio de duplos sentidos, ironias, e o melhor do humor negro com toques de bizarrice. É perfeito!
Pra mim uma das mensagens do filme é: os vivos são muito mais estranhos do que os mortos. Quer dizer, o casal de fantasmas é completamente normal. Usam roupas normais, conversam como pessoas normais, lêem livros e fazem coisas normais do cotidiano. Diferente da família de vivos que se muda para sua casa. Eles são muito estranhos. A filha é uma rebelde que janta com um chapéu de enterro (sabe aqueles com um pano meio transparente cobrindo o rosto?) e vive falando que vai se mudar daquela família quando ouve barulhos suspeitos do quarto dos pais. Os pais são mais estranhos ainda. A mãe se muda para a nova casa e já contrata um decorador (também esquisito, só pra variar) para mudar o visual da antiga casa do casal de falecidos. Os dois saem andando pela casa pichando as paredes. Além disso, ela é uma artista que faz esculturas bizarras. Óbvio que o simpático casal de fantasmas se irrita quando aquela família se muda para sua casa, e resolvem pedir ajuda de um “exorcista de vivos”, Besouro suco.

Percebe-se que o filme já tem todas as características que as obras futuras do Burton viriam a ter. Primeiro, a bizarrice e o humor negro. Seus filmes sempre tem um contraste do super colorido com o preto e branco. Por exemplo, a mansão onde mora Edward é escura e a cidade onde ele passa a viver é colorida, em Edward, Mãos de Tesoura. Além também da fábrica de chocolate, hiper colorida, diferente da cidade e da casa de Charlie. Aqui, surpreendentemente, o mundo dos mortos é colorido, enquanto os vivos se vestem de preto ou cores sem... vida. Sentiu a ironia? É esse tom que cerca toda a película.
O filme contém uma das cenas mais engraçadas da história do cinema, na minha humilde opinião. Aquela cena do jantar, quando, involuntariamente, os convidados começam a dançar uma espécie de conga, me faz rir como eu só ria quando era criança. Adoro essa sensação.


Recentemente o ator Glenn Shadix morreu aos 58 anos, nos Estados Unidos. Ele sofreu uma queda em sua casa, no estado do Alabama, bateu a cabeça e acabou morrendo.
Glenn, que ultimamente se locomovia apenas com cadeira de rodas, trabalhou com Tim Burton na animação O Estranho Mundo de Jack (1993) e em Planeta dos Macacos (2001).



Informações Técnicas
Título no Brasil: Os Fantasmas Se Divertem
Título Original: Beetlejuice
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia / Suspense
Classificação etária: Livre
Tempo de Duração: 92 minutos

Ano de Lançamento: 1988






Por: Valter Andrade

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