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25 de julho de 2010

Arraste-me Para o Inferno

Arraste-me para o inferno foi um filme muito aguardado por quem é fã de filmes de terror. Se você nunca ouviu falar de Arraste-me para o inferno veja a sinopse do filme logo abaixo.
SINOPSE DE ARRASTE-ME PARA O INFERNO

Christine Brown (Alison Lohman) é uma jovem e ambiciosa corretora de empréstimos em Los Angeles. Na companhia do namorado, o charmoso professor Clay Dalton (Justin Long), Christine parece levar uma vida tranquila. Isso até o dia em que ela recebe a visita da misteriosa senhora Ganush (Lorna Raver), que chega ao banco onde Christine trabalha para pedir um acréscimo no empréstimo e poder pagar sua casa. Ao negar o pedido, que tinha como objetivo apenas impressionar o chefe, o senhor Jacks (David Paymer), Christine acaba desgraçando a vida da senhora Ganush. A idosa é desapropriada, mas a partir disso irá colocar a vida da jovem Christine diante de uma maldição sobrenatural e desesperadora.






“Arraste-me Para o Inferno guarda sua densidade e cumpre o que prometeu com estilo: trazer de volta o terror de verdade.”
Desde 2002, Sam Raimi só dirigiu a ótima cinessérie Homem-Aranha. O que muita gente não sabe é que o diretor consolidou sua carreira dirigindo pequenos e baratos filmes de horror, mais especificamente a série Evil Dead, estrelada pelo ícone Bruce Campbell, o eterno matador de zumbis.


Agora em 2009, Raimi revisita o gênero com o divertidíssimo e original Arraste-me Para o Inferno.

Na trama, a jovem ambiciosa Christine (interpretada pela linda e carismática Alison Lohman) tem sua grande chance para subir de cargo na agência onde trabalha. Para tanto, ela terá que recusar a renovação da hipoteca de uma idosa, e como esse é um filme de horror, não se trata de qualquer idosa. Dona de hábitos repulsivos, a senhora Ganush é uma mulher conhecedora de magia negra, e após sentir-se humilhada, ela roga a Christine: após três dias a entidade “Lámia” buscará a jovem para arder, literalmente, no fogo do inferno. Agora Christine tem apenas 72 horas para tentar desfazer a maldição, enquanto é assombrada o tempo todo.


Em termos de construção de personagem e instalação de conflito no roteiro, Raimi e seu irmão Ivan estão de parabéns.
Christine está o tempo todo buscando pela aprovação masculina, seja ela em sua vida profissional (o chefe e seu rival Stu), seja ela em sua vida pessoal (seu namorado). E ela fará o que tiver de ser feito para ter essa aceitação e provar que é boa o bastante – mesmo que isso implique em tirar a casa de uma senhora de idade.

A senhora Ganush acaba representando o sexo e a independência feminina que cobra Christine e pede que ela não ceda aos confortos que a aprovação masculina lhe traria: mostrando ao chefe que ela pode fazer uma decisão dificil (em outras palavras, tratar os clientes como clientes e não como pessoas, atitude essa que Stu, o arquétipo do macho profissional e insensível, pode perfeitamente fazer) ela sobe de cargo e, subindo de cargo, mostra para a família do namorado o quão digna é de namorar com ele.

Os Raimis elegem duas cenas que sequenciam uma a outra para ilustrar a posição de Christine em relação aos homens ao seu redor: na primeira, almoçando com Clay, o namorado, ela conserta com facilidade sua impressora que segundo ele precisaria ser jogada fora e substituida por outra. Em seguida, ela serve o almoço para Stu que reclama porque Christine colocou maionese em seu prato. Ele trata a moça com superioridade, mesmo ocupando a mesma posição que ela. Alguém aí chuta um palpite do porque Stu acha que pode trata-la dessa forma?

Logo, a maldição que a senhora Ganush roga, acaba sendo um castigo pela submissão de Christine. Mas a jovem não enxerga isso, não em uma mulher grotesca, doente, que rouba os doces de sua mesa e tem um semblante triste e amargurado. Ela não quer ser assim, ela quer ser poderosa e aceita, então recusa, recusa ajudar a pobre velha que se humilha e implora.
Humilhação, recusa, humilhação e inferno.

É então onde começa o terror, muito bem conduzido e envolvente, devo dizer. O Raimi diretor é um mestre para arquitetar tensão, tensão essa que se não fosse eventualmente amenizada, potencializaria a angústia do espectador em muitas vezes. Mas não é o que acontece, sobretudo porque uma das características de Arraste-me Para o Inferno é a mistura do horror com o humor físico e o uso da escatologia para arrepiar e, ao mesmo tempo, divertir o público.
Há uma dezena de sequencias hilárias e igualmente aterrorizantes (o sangramento nasal, os fluídos corporais do defunto…) e uma ou duas cenas onde a tensão atinge o ápice do incomodo (o jantar com a família de Clay e a cena que faz referência a uma sequencia de O Exorcista).

Outra qualidade é que todos os eventos, personagens e interpretações giram ao redor de Christine, seu personagem jamais cede o foco e serve como fio de conexão entre espectador e trama.

E obviamente, o virtuosismo técnico de Raimi está presente o tempo todo, só reforçando o espetáculo visual, os ares de pesadelo e a consciência de que algo medonho está para acontecer. Enfim, acompanhada pelos sombrios violinos da música tema composta por Christopher Young, a ambientação vai se impondo aos poucos e levando o espectador para lugares cada vez mais surreais e assustadores.

Existem alguns tropeços e há um certo excedente de trama que só está ali para Raimi brincar com o visual, mas Arraste-me Para o Inferno guarda sua densidade e cumpre o que prometeu com estilo: trazer de volta o terror de verdade.

Para conferir fotos, vídeos, curiosidades, notícias e mais sobre o filme:

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