PiraporinhaFilmes

23 de outubro de 2010

Quem Quer Ser um Milionário?


O pernambucano Paulo Freire, um dos grandes expoentes da pedagogia na América Latina no século XX, desenvolveu uma teoria chamada Pedagogia da Libertação – também conhecida como pedagogia do oprimido. Com esta teoria, Freire propõe educar/alfabetizar o oprimido a partir das experiências acumuladas por ele ao longo da vida. A educação libertadora surge na obra de Paulo Freire como um contraponto do que ele classifica como “educação bancária”, na qual os professores depositam conhecimento no aluno sem interagir com este. Para esta educação os alunos devem esvaziar-se de toda experiência e conhecimento próprio antes de entrar na sala de aula. E é justamente isso que a educação libertadora busca repelir. A Pedagogia de Libertação não acredita em depósito de saber, mas em troca de saber.

Citar Paulo Freire para tratar de um filme inglês rodado na Índia pode parecer loucura, mas o que “Quem Quer Ser um Milionário?” busca mostrar é justamente o que é preconizado pelo educador, ou seja, que a educação não é só a da sala de aula. No filme, Jamal, que participa de uma espécie de “Show do Milhão” indiano, demonstra que suas experiências de vida são responsáveis por lhe conceder um conhecimento que lhe permite permanecer na disputa pelo prêmio final no jogo.
Dirigido por Danny Boyle (“Trainspotting - Sem Limites”), “Slumdog Millionaire” (no original) vem sendo apontado como um “Cidade de Deus” indiano, mas esta classificação é injusta, com ambos os filmes. O filme de Fernando Meirelles é, digamos, mais frenético e dá mais importância à violência.


Já o de Boyle romantiza mais algumas situações, apesar de em outras ser tão cru quanto “Cidade de Deus”. As semelhanças existem, e Boyle nem busca negar isso, fazendo até uma clara referência ao longa de Meirelles (mostrando uma galinha correndo pelos becos da favela), mas não se trata de uma cópia ou refilmagem.
Esqueça tudo o que a novela de Glória Peres lhe ensinou sobre a Índia. Deixe Juliana Paes e Márcio Garcia de lado e vá conferir “Quem Quer Ser um Milionário?”, que é um retrato muito mais fiel deste país.

É curioso que para buscar um diálogo entre Hollywood e Bollywood, Boyle tenha negado características marcantes destes mercados. De Hollywood deixa de lado os atores famosos e a edição a lá videoclipe, enquanto de Bollywood ignora o figurino extravagante e as cenas musicais. Apenas ao final do filme podemos conferir uma sequência de dança, que não deixa de ser uma forma de Boyle brincar com as peculiaridades do cinema indiano.

Ao conferir “Quem Quer Ser um Milionário?” é fácil compreender porque o filme tem sido apontado como o melhor filme de 2008 por boa parte dos profissionais envolvidos com cinema. Além de conquistar vários prêmios de associações de críticos, o longa recebeu o Globo de Ouro de melhor filme e prêmios dos sindicatos de atores, produtores, diretores, roteiristas, editores, figurinistas e por aí vai. Trata-se de uma produção pequena que vem encantando por sua sinceridade e simpatia.
É raro que um título de um filme consiga representar mais do que a trama, mas a própria essência da produção. Afinal, após todos esses prêmios não seria incorreto classificar o filme como um “cachorro favelado milionário” (tradução literal de “Slumdog Millionaire”)





O filme é lindo! Apesar de ser um filme que relata a história de dois meninos pobres, mostrando as dificuldades pela qual os garotos passaram. É um filme diferente que tem conteúdo, mostra que a vida também ensina, pode-se apreender em qualquer ambiente, a persistência o amor, faz com que as pessoas conquistem seus objetivos. Enfim eu amei o filme.



Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy
Baseado na Obra de: Vikas Swarup (Q & A)

Elenco:
Dev Patel (Jamal Malik)
Freida Pinto (Latika)
Anil Kapoor (Prem Kumar)
Irfan Khan (Inspetor)
Madhur Mittal (Salim)
Por: Valter Andrade

1 comentários:

Paulinha disse...

Este filme eh super maravilhoso um jovem vencedor q não estudou + ficou milionario em um país tão pobre.

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