PiraporinhaFilmes

3 de novembro de 2010

Tropa de Elite 2


"Capitão Nascimento para presidente!”, foi o que escutei ao sair de uma das muitas exibições que lotaram os cinemas país afora. Exageros a parte, Capitão Nascimento está de volta, não mais como capitão, mas agora como Coronel. Nessa continuação, Nascimento terá de lidar com os resultados de uma operação fracassada em Bangu I, que acaba tendo efeito contrário e o levando a esfera política da secretaria de segurança do estado do Rio de Janeiro.
Paralelamente a isso, tem de lidar com o filho afastado, que pouco reconhece a profissão do pai, e o professor de história Fraga, com um discurso esquerdista de deixar qualquer caveira revoltado. Como subsecretário de segurança, Nascimento transforma o BOPE em uma máquina de guerra e começa a dizimar o tráfico na cidade. Mal sabia ele que o problema estava só começando.

Aguardando o início do filme, uma coisa não saia da minha cabeça; “será mais do mesmo?”. Não tinha como dar errado: O primeiro foi um sucesso; O personagem principal já é um ícone da cultura pop; O crime organizado não acabou. Nada mais fácil que recrutar de volta o Wagner Moura e criar mais situações de conflito urbano entre traficantes e o BOPE. Correto? Errado. Em vez de escolher o caminho fácil, “Tropa de Elite 2” trilha novos rumos, se tornando uma continuação diferente, que reforça, mas não copia o primeiro filme. “O Inimigo Agora é Outro”, diz o desnecessário subtítulo.
Com o personagem principal promovido, também foi promovido o foco da ação, que antes se passava na ponta mais baixa do crime organizado e agora demonstra a conivência e os interesses das mais altas esferas políticas. Se “Tropa de Elite” já colocava o dedo na ferida aberta da sociedade, T2 cutuca o leão com vara curta. É de se admirar a coragem dos produtores em tocar em um tema tão delicado. Aliás, tocar não. É uma marretada mesmo.
A estética do filme também é destaque. A câmera está sempre viva, respira com a ação. Isso confere um clima de urgência em cada cena. Cenas aliás, com ótima direção de arte e efeitos visuais convincentes, escassos em filmes nacionais. O elenco também está bom; Além de Wagner Moura, que nunca desaponta, mostra um Capitão Nascimento mais humano, mais complexo que no primeiro filme; Outro grande personagem, que surge, é o deputado Fraga, uma figuraça defensora dos direitos humanos, brilhantemente interpretado por Irandhir Santos.

Consciência política a parte, “Tropa 2” também é um show de frases de efeito de deixar “Comando para Matar” com inveja: “Vocês engordaram o porco, agora nóis vai assar.”; “Quer me foder? Então me beija.”; “Agora é Fifty fifty!”; geniais.
Com um roteiro consistente de Bráulio Mantovani, direção precisa de José Padilha, montagem esperta de Daniel Rezende e ótimo elenco preparado por ninguém menos que Fátima Toledo; “Tropa de Elite 2” é um conjunto de acertos técnicos e artísticos difícil de encontrar. Parece que tudo deu certo na produção, e o resultado é um filme que destrincha todas as pontas do crime organizado e da violência urbana sem perder o entretenimento esperado. Obrigatóri
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Por: Valter Andrade

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