PiraporinhaFilmes

21 de outubro de 2010

Sin City - A Cidade do Pecado


"Vá até o beco certo em Sin City e poderá encontrar de tudo..."

Até pouco tempo atrás era inconcebível se pensar em uma adaptação para o cinema de “Sin City”, graphic novel criada por Frank Miller. Dentre os principais motivos vigora o fato de que seria muito difícil transpor o universo da “Cidade do Pecado” para as telonas, tendo em vista o estilo peculiar de criação de Miller, com muita violência e sexo. Ou seja, seria necessário que um estúdio se dispusesse a lançar uma adaptação de quadrinhos com classificação de 18 anos. Mas mais do que isso, seria necessário que Miller topasse vender os direitos de adaptação para o cinema.

Após ter seus quadrinhos dilacerados em telas de cinema (vide “Demolidor O Homem sem Medo” e “Elektra”), Miller avisou à Hollywood que não cederia mais direitos de adaptação de quaisquer de seus trabalhos nos quadrinhos. E aí que surge Robert Rodriguez. Querendo adaptar nada menos do que a “menina dos olhos” de Frank Miller, o diretor de “Era Uma Vez no México” rodou por conta própria um curta-metragem baseado em uma das histórias da série, como tentativa de convencer o autor a autorizar o projeto. Como podem ver deu certo, e vocês podem conferir o tal curta no início de “Sin City - A Cidade do Pecado”

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Fã confesso dos quadrinhos, Robert Rodriguez considerava o estilo visual de Miller tão importante que fez questão que ele atuasse como co-diretor no longa. Isso acabou causando o desligamento de Rodriguez do Director`s Guild of America, tendo em vista que este não aceita a existência da função de co-diretor. A partir do ponto que já estava fora do Sindicato dos Diretores, Rodriguez decidiu ir além e chamou Quentin Tarantino para assumir a função de diretor em uma cena. Como Tarantino pagou mísero um dólar para Rodriguez compor a trilha de “Kill Bill - Volume 2”, ele aceitou receber o mesmo valor para dirigir a cena. A seqüência em questão é a envolvendo os personagens de Benicio Del Toro e Clive Owen dentro de um carro. Acredite, é bem fácil de notar a direção de Quentin, com o zoom típico presente em seus filmes.
A grande vantagem desta adaptação talvez seja também seu único problema, ou melhor, probleminha. Trata-se da mais fiel adaptação de H.Q. da história do cinema. E é tão fiel, tão fiel que algumas vezes não parece cinema. Para terem uma idéia, Robert Rodriguez e Frank Miller rodaram suas cenas usando as próprias revistas de “Sin City” como storyboard. Mas isso nem de longe atrapalha o resultado final do filme, tendo em vista que o próprio Rodriguez afirmou que não se trata de uma adaptação e sim de uma tradução das H.Q.s.
Três histórias de “Sin City” foram adaptadas (ou traduzidas) no filme: “Cidade do Pecado”, “A Grande Matança” e “O Assassino Amarelo”. Das três a mais bem sucedida é a primeira, “Cidade do Pecado”, que é protagonizada de forma brilhante por Mickey Rourke (sim, ele mesmo) e traz de forma surpreendente Elijah “Frodo” Wood como o vilão. No segmento “O Assassino Amarelo” o destaque vai para: a atuação convincente de Bruce Willis, como o último policial honesto (o que não significa que ele é bonzinho), John Hartigan; a beleza estonteante de Jessica Alba, como a ex-franzina Nancy Callahan; e a “amarelice” de Nick Stahl.
A tal cena dirigida por Tarantino encontra-se no segmento “A Grande Matança”, que além de Del Toro e Owen apresenta:


Brittany Murphy,(Que recentemente Morreu) que é praticamente a única que aparece nas três histórias; Rosario Dawson, que pela primeira vez na carreira desempenha uma atuação convincente; e Michael Clarke Duncan, atuando como o habitual brutamontes. É importante destacar que as história não são contadas de forma linear, o que só dá mais destaque a edição de Robert Rodriguez, que é digna do Oscar que ela não vai levar. Completam o elenco do filme: Josh Hartnett, Michael Madsen, Jaime King, Carla Gugino, Arie Verveen, Rutger Hauer, Scott Teeters, Alexis Bledel e Devon Aoki.
Utilizando um processo semelhante ao de “Capitão Sky e o Mundo de Amanhã”, “Sin City - A Cidade do Pecado” foi inteiramente rodado sob uma tela verde, com os atores contracenando e a ambientação sendo incluída depois através de computadores. O único cenário montado para o filme foi o bar em que Jessica Alba realiza sua dança (e que dança!).
Não deixem de conferir “Sin City”, o filme mais visualmente fantástico da história. Orçado em US$ 45 milhões, o longa faturou mais de US$ 70 milhões só nos Estados Unidos, o que é muito para um filme com selo de censura R (a segunda mais rigorosa). O sucesso de critica e público foi tanto que Miller e Rodriguez já deram início à pré-produção de “Sin City 2”, que irá adaptar, dentre outras a serem escritas ou escolhidas, a história da revista “A Dama Fatal”, que nos apresenta a Dwight McCarthy (Clive Owen).

Direção: Robert Rodriguez, Frank Miller , Quentin Tarantino
Roteiro: Robert Rodriguez, Frank Miller




Por: Valter Andrade

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